
Publicado por : Associação Ginecologistas | Dia : 11-01-2022 | Gostar Inicie a sua sessão para gostar e partilhar esta dica 384
Pesquisa Clínica: Panorâma Geral e Terminologia
Cadernos de apoio à Metodologia de Investigação
Material compilado e traduzido por Prof. Doutor António Bugalho, com autorização de THE LANCET PUBLISHING GROUP.
Nota Introdutória
Muitos clínicos queixam-se que não conseguem ler literatura médica de forma critica. Para abordar esta dificuldade, decidimos dar uma “primeira de mão” sobre pesquisa clínica dirigida quer a médicos quer a pesquisadores.
A pesquisa clínica cabe em duas categorias principais: experimental e observacional, conforme o pesquisador determina as exposições ou não. Ensaios experimentais podem ainda ser subdivididos em dois: randomizados ou não randomizados. Estudos observacionais podem ser analíticos ou descritivos. Estudos analíticos têm um grupo de comparação (controle), enquanto os estudos descritivos não têm.
Dentro dos estudos analíticos, os estudos de coorte seguem as pessoas para a frente no tempo, desde a exposição até ao evento ou resultado a estudar. Pelo contrário, estudos de caso controle funcionam em sentido inverso, seguindo as pessoas a partir dos resultados ou eventos em direcção à exposição. Estudos transversais (cross-sectional), são como um instantâneo, que mede quer a exposição quer o resultado ou evento num ponto do tempo.
Estudos descritivos, tais como relatórios de “séries de casos”, não têm grupos de comparação. Por isso, neste tipo de estudo, os investigadores não podem analisar associações, um facto muitas vezes esquecido ou ignorado. Medidas de associação, tais como risco relativo (relative risk) ou odds ratio, são a forma preferida para expressar resultados de eventos dicotómicos – ex.: doentes vs não doentes.
Intervalos de confiança à volta destas medidas indicam a precisão destes resultados. Medidas de associação com intervalos de confiança revelam a força, direcção, e o alcance plausível dum efeito bem como a probabilidade de chance duma ocorrência. Em contraste, o valor de p (p value) apenas se refere a chance. Testar uma hipótese nula a um valor de p de 0.05 não tem bases em medicina e deve ser desencorajado.