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Publicado por :   Associação Ginecologistas   |   Dia : 03-05-2021   |   Gostar   Inicie a sua sessão para gostar e partilhar esta dica 503

Levada a cabo actividade de divulgação de informação sobre Aborto Seguro em Magude

Uma parceria da AMOG e ICS

A Unidade Móvel do Instituto de Comunicação Social (ICS), em parceria com a Associação Moçambicana de Obstetras e Ginecologistas (AMOG), escalou o distrito de Magude, mais propriamente os bairros e mercados adjacentes, nomeadamente o mercado Central, Tambarinhene, Missinhene, Guebuza, bairro Mawandla e a terminal de transportes semicolectivos de passageiros, em mobilização social para o Aborto Seguro. Para além das comunidades, a actividade alcançou também o Governo do Distrito de Magude, para apresentar o plano de trabalho e partilhar os seus principais objectivos.


A actividade decorreu em Março de 2021 e, através do sistema altifalante, foram divulgados um total de 20 spots sonoros sobre Aborto Seguro, produzidos no ICS na língua oficial (Português) e traduzidos para a língua Xichangana. Os spots incluíam respostas a questões ligadas ao aborto seguro, aborto inseguro, diferenças entre aborto, interrupção voluntária e aborto espontâneo, cuidados com aborto e mitos associados.

Este esforço deliberado iniciado pela AMOG visa defender os direitos sexuais e reproductivos da mulher, bem como combater todas as práticas nocivas que atentam contra a sua saúde. Assim, as comunidades foram exortadas a desconstruir mitos associados à interrupção da gravidez, a vigiar os praticantes de actividades clandestinas e a desencorajar a busca desses serviços para interromper a gravidez, através do aborto inseguro, acções que podem submeter a mulher a riscos que podem desenvolver para complicações e levar a sua morte.

Estima-se que cerca de 10.000 pessoas, entre homens, mulheres e adolescentes, compreendidas entre as faixas etárias dos 14 aos 65 anos, beneficiaram das mensagens divulgadas na passagem da unidade móvel. Dentre os aspectos mais destacados na recolha de depoimentos feita aos utentes dos serviços de saúde, no que refere a adesão a prática do aborto inseguro na comunidade de Magude, encontram-se as distâncias a percorrer até chegar a Unidade Sanitária; a falta de pessoal suficiente e as dificuldades estruturais no atendimento durante a pandemia da Covid-19; as cobranças ilícitas para o acesso a serviços e medicamentos; o tempo de espera e a cortesia no atendimento. Explicou João Carlos, coordenador da actividade pelo ICS, que concluiu que constrangimentos como a ausência de debates comunitários para a confrontação de tabus sobre o tema em alusão, bem como a denúncia de práticas clandestinas também contribuem para o desconhecimento das atitudes correctas e meios disponíveis.

A AMOG entende que o seu engajamento na divulgação da lei do aborto não tem como objectivo promover a realização do mesmo, mas sim difundir a disponibilidade dos serviços para as mulheres ou raparigas que dele necessitarem, evitando-se que as mesmas morram por aborto inseguro. A AMOG parte do princípio de que toda a mulher merece beneficiar de um serviço digno e que respeite os seus direitos, mesmo quando estiver na condição de não desejar continuar com uma gravidez indesejada.


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