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Publicado por :   Associação Ginecologistas   |   Dia : 24-06-2021   |   Gostar   Inicie a sua sessão para gostar e partilhar esta dica 1371

Hospital Geral de Mavalane acolheu palestra sobre Humanização de Serviços

Clarificação de Valores foi inclusiva para vários profissionais da Unidade Sanitária

O Hospital Geral de Mavalane (HGM) levou a cabo recentemente uma palestra de Clarificação de Valores e Humanização de Serviços. Orientada pelo Dr. Honore Sumba Kahozi, gineco-obstetra, membro da AMOG e Director da Maternidade do HGM, a palestra contou com a participação de 25 profissionais de saúde do HGM, Centros de Saúde do Bairro Albasini e 1º de Maio. Constaram dentre os participantes médicos especialistas, residentes, licenciados de Saúde Materno-Infantil e enfermeiros de Urgência de Ginecologia.


A palestra aconteceu, no passado dia 15 de Junho, no âmbito da implementação do Projecto de Advocacia Pelo Aborto Seguro promovido pela AMOG, com o apoio da FIGO. O projecto tem como uma das suas finalidades o treinamento dos provedores de serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva.

O HGM é dos mais antigos da Cidade de Maputo, fazendo atendimento de doentes do bairro de Mavalane e outros de áreas circunjacentes, e prestando apoio à outras unidades sanitárias, dentre os quais todos os centros de saúde dos distritos municipais de KaMavota, KaMpfumo, KaMaxaquene e KaNyaka.

Dr. Honore Sumba Kahozi durante a sua intervenção

A realização de palestras desta natureza tem como objectivo a promoção de uma prática de ginecologia e obstetrícia responsável e segura de modo a reduzir a morbi-mortalidade materna devido ao aborto inseguro e suas complicações, bem como apoiar na disseminação da Lei nº 35/2014 a nível dos provedores de saúde. Pretende-se sensibilizar os atendentes a adoptar um serviço humanizado e serem pioneiros no impulsionamento de implementação das Normas Clínicas do Aborto Seguro.

Ao dirigir-se aos presentes, o principal orador, Dr. Honore disse que caso o médico seja “objector de consciência, ele não é obrigado a fazer o aborto, excepto se for para salvar a vida.  Porém, a ser objector de consciência, o profissional deve indicar ou encaminhar a paciente a um outro médico para que possa realizar o procedimento”.

Dr. Arnaldo Vilanculos durante a sua intervenção

Arnaldo Inácio Vilanculos, médico gineco-obstetra, docente da Faculdade de Medicina na Universidade Eduardo Mondlane, outro orador, abordou a questão da Humanização de Serviços. “Nós nascemos humanos, mas por vezes nos custa comportarmos como humanos durante as nossas actividades. É difícil, mas obrigatório. O objectivo destas conversas, e palestras sobre humanização, é resgatar os valores perdidos (éticos e morais). Não nascemos a cobrar dinheiro, a bater nas pessoas e muito menos a desprezar o próximo. Nascemos a chorar. Por isso, o Ministério da Saúde pede humanização dos serviços, pede para olharmos para os pacientes e atendê-los da mesma maneira como gostaríamos que nos atendessem”

Prestar assistência integral ao indivíduo considerando o contexto sócio-cultural, aplicando os princípios básicos de qualidade e humanizados; formar profissionais de qualidade e preparar os profissionais para desenvolver sensibilidades e a percepção no respeito a vida, dignidade e direitos da pessoa humana; assim como desenvolver acções educativas ao indivíduo e comunidade, visando a promoção da saúde e sistematização da assistência humanizada, são, segundo Dr. Arnaldo Inácio Vilanculos,  os objectivos da humanização dos serviços.

Momentos da palestra

"A HUMANIZAÇÃO É EXTREMAMENTE IMPORTANTE"

― Dra. Fausta Tembe Cumbana, Gineco-Obstetra

A médica Fausta Tembe Cumbana, assistiu a palestra e, em relação ao aborto, disse que “Temos a mania de julgar os nossos pacientes. A menina com gravidez está em desespero e precisa de apoio. Não devemos continuar a julgar porque ela está grávida. Ela já está no isolamento social. Temos que saber ouvir a ela e prestar ajuda. Durante o dia elas não encontram atendimento ideal e preferem vir a noite, onde encontram caminho claro para falar da sua situação. Portanto, estas palestras são muito importantes para a mudança”.

"É PRECISO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO"

― Dra. Lúcia Tembe, Gineco-obstetra do Centro de Aconselhamento

A médica gineco-obstetra, Lúcia Tembe, comentou que “é muito importante e crucial ter estas palestras para podermos agir de outra forma. Entretanto, queria propor que as pessoas que fazem aborto seguro, conversassem antes ou depois com um psicólogo por forma a explicar as consequências do que fazem, bem como adquirir as ferramentas mentais e psicológicas para lidar com isso”.

Momentos da palestra

"PALESTRA MUITO INTERESSANTE"

― Milda Leoldita Marques, Enfermeira de Saúde Materno-Infantil do Centro de Saúde de Albasini

Milda, vinda de Albasini para assistir a palestra, deixou o seu parecer. “Achei a palestra muito interessante. Foi mais uma forma de aprender. Foi muito bom pois é importante falar do aborto. Nós, particularmente, em Albasini lidamos com a situação do aborto de forma responsável. Têm aparecido muitos jovens que pretendem fazer aborto usando nossos serviços. Como profissionais da saúde, cumprimos o nosso dever que é atender. Essas palestras deviam percorrer outros centros de saúde que registam muitas dificuldades e enfrentam muitas situações que foram aqui expostas”.

"A ACTUALIZAÇÃO DESSAS MATÉRIAS DEVE SER PERMANENTE"

― Angélica Chambisse, Técnica Superior de Saúde Materna

Angélica Chambisse fez questão de assistir a palestra. A respeito da mesma afirmou “A palestra é muito importante porque nos concentramos para recapitular parte dos ensinamentos que tivemos na formação. São coisas que devemos implementar diariamente. E se tivermos esquecido, depois desta palestra, iremos saber como nos comportar daqui em diante. É claro que tivemos formação, mas alguns aspectos se perdem pelo caminho e havendo essa actualização permanente, teremos sempre consciência limpa perante o nosso utente”.

Entrega de certificados de participação, com Dr. Honore Kahozi


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