
Publicado por : Associação Ginecologistas | Dia : 19-03-2021 | Gostar Inicie a sua sessão para gostar e partilhar esta dica 1279
Doutora Fernanda Machungo e os desafios do aborto seguro em Moçambique
Entrevista
A doutora Fernanda Machungo, médica Ginecologista e Obstetra, é também membro da AMOG - Associação Moçambicana de Obstetras e Ginecologistas de Moçambique. Após 39 anos de trabalho pelo Serviço Nacional de Saúde, foi a primeira vez que a doutora Fernanda concedeu entrevista pública para a mídia nacional.
Sob o lema Contribuindo para um futuro de igualdade num mundo com COVID 19 – em Mozambique celebramos o Mês da Mulher. A AMOG aproveita a ocasião para chamar à atenção de todos sobre a necessidade de oferta dos serviços de aborto seguro no Sistema Nacional de Saude.
Para tentar reverter este cenário enquanto celebramos as mulheres, iniciámos uma campanha de celebração do Mês da Mulher e, como estreia, organizamos uma entrevista à doutora Fernanda Machungo, parte de uma matéria para o Jornal Domingo.
A doutora Fernanda Machungo, médica Ginecologista e Obstetra, é também membro da AMOG - Associação Moçambicana de Obstetras e Ginecologistas de Moçambique. Após 39 anos de trabalho pelo Serviço Nacional de Saúde, foi a primeira vez que a doutora Fernanda concedeu entrevista pública para a mídia nacional.
A conversa foi coordenada pelo projeto de Advocacia pelo Aborto Seguro, com o intuito de alavancar e celebrar os esforços que estão a ser feitos para criar um ambiente protector que respeite os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, incluindo o Aborto Seguro.
A doutora referiu que “são tão importantes as campanhas para a prevenção da gravidez indesejada, como para o uso de serviços seguros do aborto quando a gravidez”. Acrescentou ainda que “as mulheres com uma gravidez indesejada, independentemente do seu ‘status’ socioeconómico, têm procurado resolver esse problema pondo em risco a sua saúde, a sua fertilidade e aceitando até a possível consequência da sua morte”, reiterando assim a necessidade e importância das campanhas para o aborto seguro.
Neste momento especial, em que se celebra a mulher, a doutora também quis prestar “uma especial homenagem à professora doutora Maria Luísa Almeida, que nos deixou recentemente” e a quem, juntamente com o professor Bugalho, reconhece como especiais mentores na sua carreira, especialidade e como parte da sua contribuição para alavancar o cenário da Saúde Sexual e Reprodutiva da mulher no nosso país.
Visualize a entrevista no vídeo abaixo.
Moçambique é um país onde o nível de educação é baixo, particularmente entre as mulheres, e em que a sociedade tradicional e as crenças culturais reforçam a sua dependência para com os seus parceiros, culminando na perda do poder da mulher. Logo, as raparigas adolescentes tornam-se, em assunto de Saúde Sexual e Reprodutiva, nas mais vulneráveis, sendo mais susceptíveis à gravidez indesejada, o que resulta num elevado número de mães em idade precoce.
A AMOG defende que a Saúde Sexual e Reprodutiva é um direito humano fundamental, onde todas as mulheres devem ser livres e iguais no que lhes diz respeito, incluindo a tomada de decisões sobre quando e em que intervalo de tempo ter os seus filhos.
Há evidências científicas de que o aborto realizado por provedores qualificados em ambientes apropriados é seguro e salva vidas. O direito ao aborto seguro é uma necesidade urgente porque salva vidas de milhares de mulheres e diminui a morte devido ao aborto inseguro e suas complicações.
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